quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O QUE PENSO SOBRE LIBERDADE

Falamos muito em liberdade, ou então, em sua conquista. Associamos muito liberdade com voo; logo, chegaremos à constatação de que os pássaros são livres. Podemos nos enganar, pois existem pássaros que estão em gaiolas, portanto, não voam e, por consequência não são livres. 
Liberdade ou liberdades são momentos humanos, construídos ou recebidos partindo do princípio de que estou mais feliz do que outra pessoa. Em suma, toda a felicidade reside no EU.
Pois bem, se voar é sinônimo de liberdade, na época da escravidão, nenhum escravo era livre. Enganam-se os que pensam que corrente é o antônimo de liberto. O mais escravo dos escravos era livre, pois usou do seu pensamento para conquistar muitas Casas-Grandes, destruir Senzalas, conquistar muitas terras e voltar para de onde foram arrancados. No momento em que digito (tenho curso de datilografia), sou livre em criar parágrafos, fatos, fingir-me de angustiado e injustiçado e até feliz. Talvez esteja fornecendo pistas para uma pseudo liberdade, que foi adquirida com o passar dos anos, mesmos que hoje eu esteja em busca dela. Estou debruçando-me em livros de Filosofia, buscando uma resposta que jamais terei, pois sou fazedor de histórias, mesmos as mais loucas, desfrutadas apenas por mim. 
Gostaria de ser mais claro e objetivo, mas a vida não nos sugere isso. Então sejamos clássicos e poetas, monstros que encorajam crianças e covardes que amedrontam adultos. Vamos ser Humano, sombrios como uma noite em que a Lua se mostra presente, e claro ao meio da tarde. Sejamos hipócritas, mas sejamos. Façamos tudo valer apena, tudo, mesmo que tudo indique que não vale apena. Voa Liberdade, vai à busca dos conflitos humanos, para que, eu, humano, possa tentar resolver ou abraça-los. Se não conseguirmos ficaremos felizes, pois descobriremos que somos falhos e limitados, como a maior essência do Ser Humano, a pobreza da alma, que hora nos enaltece, ora nos destrói.
Talvez seja isso o que buscamos, a fortaleza na fragilidade, o alvo onde a flecha não alcança, ser escravos livres de pensamento, mesmo que as marcas do chicote delimitem a fronteira entre o choro e o canto da boca, pela qual a lágrima percorre.
Gostaria de deixar, uma música de Jessé, Voa Liberdade, para quem sabe, ser mais claro.

Walney Gondim



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