Liberdade ou liberdades são momentos humanos, construídos ou recebidos partindo do princípio de que estou mais feliz do que outra pessoa. Em suma, toda a felicidade reside no EU.
Pois bem, se voar é sinônimo de liberdade, na época da escravidão, nenhum escravo era livre. Enganam-se os que pensam que corrente é o antônimo de liberto. O mais escravo dos escravos era livre, pois usou do seu pensamento para conquistar muitas Casas-Grandes, destruir Senzalas, conquistar muitas terras e voltar para de onde foram arrancados. No momento em que digito (tenho curso de datilografia), sou livre em criar parágrafos, fatos, fingir-me de angustiado e injustiçado e até feliz. Talvez esteja fornecendo pistas para uma pseudo liberdade, que foi adquirida com o passar dos anos, mesmos que hoje eu esteja em busca dela. Estou debruçando-me em livros de Filosofia, buscando uma resposta que jamais terei, pois sou fazedor de histórias, mesmos as mais loucas, desfrutadas apenas por mim.
Gostaria de ser mais claro e objetivo, mas a vida não nos sugere isso. Então sejamos clássicos e poetas, monstros que encorajam crianças e covardes que amedrontam adultos. Vamos ser Humano, sombrios como uma noite em que a Lua se mostra presente, e claro ao meio da tarde. Sejamos hipócritas, mas sejamos. Façamos tudo valer apena, tudo, mesmo que tudo indique que não vale apena. Voa Liberdade, vai à busca dos conflitos humanos, para que, eu, humano, possa tentar resolver ou abraça-los. Se não conseguirmos ficaremos felizes, pois descobriremos que somos falhos e limitados, como a maior essência do Ser Humano, a pobreza da alma, que hora nos enaltece, ora nos destrói.
Talvez seja isso o que buscamos, a fortaleza na fragilidade, o alvo onde a flecha não alcança, ser escravos livres de pensamento, mesmo que as marcas do chicote delimitem a fronteira entre o choro e o canto da boca, pela qual a lágrima percorre.
Gostaria de deixar, uma música de Jessé, Voa Liberdade, para quem sabe, ser mais claro.
Walney Gondim